quinta-feira, 22 de março de 2012

Bate-papo com a Sofia: os candidatos do Norte e Nordeste

No último post, falei sobre o crescimento das vagas de estágio e trainee no Norte e no Nordeste, lembram? Hoje vou falar de algumas diferenças que observo entre os candidatos dessas regiões e os da região Sudeste, onde ainda é realizada a maioria dos processos seletivos.

Para começar, os jovens do Norte e Nordeste se destacam pela motivação e força de vontade. Como a quantidade de programas ainda não é tão alta na região, quando um candidato encontra uma oportunidade interessante, não mede esforços para conquistá-la. É comum, por exemplo, que ele viaje por horas para participar de processos realizados em outras cidades.

Outro ponto interessante é que esses estudantes e recém-formados são mais informais e espontâneos nas etapas dos processos seletivos. Um pouco disso pode até ser conseqüência do estilo mais despojado dessas regiões. Grande parte, no entanto, eu acredito que venha do fato de eles estarem menos acostumados a passar por essas etapas. Eles ainda não têm tantos “macetes” quantos os jovens de grandes centros, que têm mais experiência nestes processos. E isso, no fim das contas, é muito positivo para eles porque cada um acaba se destacando pelo que é – e não tanto pelo que tenta parecer.

Para quem está do lado de cá, fazendo o recrutamento, ter candidatos espontâneos também é bom porque as características de cada um ficam mais evidentes. Quando todo mundo está muito acostumado com as etapas da seleção, leva mais tempo para essas características pessoais aparecerem. No começo, todo mundo fica mais ou menos com o mesmo jeito, sabe?

Quer mais? Eu observo também que no Norte e Nordeste os jovens investem muito na formação em boas universidades e intercâmbios e valorizam o desenvolvimento de projetos acadêmicos, como iniciação científica. Como conseqüência, a entrada no mercado de trabalho pode ser um pouco adiada.
Além disso, as influências de familiares e amigos contam bastante para a tomada de decisão desses jovens. É como se eles acreditassem nas empresas em que algum conhecido trabalha ou já trabalhou.  É dessa forma que eles buscam referências para querer (ou não) trabalhar numa empresa.

E tem outro detalhe: os jovens do Norte e Nordeste são os que mais sustentam as suas escolhas. Para apoiar minha percepção posso apontar alguns resultados da pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens 2011. Por exemplo,  93% dos jovens dessas regiões permanecem na sua área de atuação. E eles também são os brasileiros que mais acompanham o perfil de alguma empresa nas redes sociais (39%).

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