quarta-feira, 21 de março de 2012

Trabalho voluntário no exterior: um diferencial e tanto

Em 2011, uma pesquisa da Rede Brasil Voluntário realizada pelo Ibope Inteligência apontou que um em cada quatro brasileiros com mais de 16 anos faz ou já fez algum trabalho voluntário. Isso mostra que, só no Brasil, mais de 35 milhões de pessoas já doaram parte de seu tempo em benefício de uma causa social. Segundo dados do estudo, entre os jovens, a principal motivação para realizar atividades não-remuneradas é “fazer a diferença e melhorar o mundo”.

Para alguns talvez seja difícil entender por que, de maneira espontânea, tanta gente decide trabalhar sem receber nada em troca, mas a verdade é que essa postura altruísta é cada vez mais comum entre os jovens. À medida que o trabalho voluntário ganha mais adeptos, outras formas de ajudar também vão surgindo, como é o caso do voluntariado internacional – que une a necessidade de quem quer ter uma vivência no exterior aliada ao envolvimento com projetos sociais. As opções desse tipo de programa vão desde projetos que cuidam de felinos nas savanas africanas até iniciativas sócio-educacionais em comunidades carentes da Índia.

Para não ficar perdido e escolher o que tem mais a ver com seu perfil, Gisele Mainardi, gerente educacional de trabalhos e estágios da Central do Intercâmbio (CI), agência de viagens e intercâmbio focada no público jovem, dá algumas dicas importantes. A primeira é se perguntar ‘O que eu gosto de fazer? Quais são meus hobbies?’. “Existem pessoas que têm todo o perfil para trabalhar numa creche, mas jamais iriam morar no meio da selva para cuidar de elefantes”, exemplifica Gisele.    

O segundo toque da gerente educacional é fazer uma extensa pesquisa sobre os vários programas disponíveis e compilar o maior número de informação possível. Isso porque, diz ela, é fundamental que o voluntário saiba em detalhes onde irá morar, com que tipo de comunidade irá atuar e até quais serão os principais desafios dessa experiência. “Se o jovem está interessado em ir para um orfanato, por exemplo, deve entender que vai lidar com crianças que foram abandonadas pela família, que são órfãs e que têm histórias de vida complicadas”, fala.

Gisele explica que os requisitos para participar são ter, no mínimo, 17 anos (não existe limite de idade), possuir conhecimentos básicos de inglês ou espanhol, dependendo do destino, e o principal: muita disposição. Não é obrigatório ter feito trabalho voluntário no Brasil.

Diferencial no mercado – A estudante de Veterinária Lara Burghi, de 22 anos, participou em 2010 do projeto White Lion, na África do Sul, que recebe leões órfãos ou machucados, para tratá-los e ajudá-los a retornar ao seu habitat natural. Durante as cinco semanas que Lara passou trabalhando no projeto, suas tarefas diárias incluíram limpar jaulas, preparar a refeição dos felinos, alimentar filhotes de leão e, algumas vezes, até dar um mergulho com os bichinhos.

No Brasil, Lara já havia feito trabalho voluntário com cachorros, aves e felinos em ONGs, porém, nunca tinha tido tanto contato com os bichos como teve na sua experiência no exterior. “Eu queria trabalhar com animais silvestres de grande porte e, como aqui no Brasil essas oportunidades são escassas, eu decidi procurar isso na África”, diz a estudante. Lara conta que além da vontade de aprender mais sobre a vida selvagem da savana, uma de suas motivações para viajar foi o diferencial no currículo. “A experiência faz diferença. Hoje, sempre que me candidato a uma vaga, rapidamente recebo retorno. Poucas pessoas tiveram essa oportunidade”, diz ela.

Gisele Mainardi, da CI, concorda que uma experiência de trabalho voluntário destaca o candidato no mercado de trabalho. “O jovem que optou por um programa engajado em causas sociais ou ambientais mostra para o recrutador que, além de ter tido uma experiência internacional, se preocupa com o mundo e com o outro, além de respeitar diferenças e culturas”, diz Gisele. “Isso é um super diferencial para ter no currículo. Fora o benefício pessoal, de aprendizado, que irá carregar para o resto da vida.”

Vagas no mundo inteiro
Central do IntercâmBio (CI): leva voluntários de todas as idades para participar de programas na África do Sul, Índia, Namíbia e Peru. Saiba mais aqui.

Experimento: A agência tem uma parceria com a organização sem fins lucrativos Volunteers for International Partnership (VIP), que gerencia uma rede de voluntariado presente em diversos países. Saiba mais aqui.

Intercultural: Há opções de projetos com crianças, idosos, animais e em fazendas – todos são na África do Sul. Veja mais aqui.

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